martes, 24 de junio de 2014

Fado da Saudade

Fado da saudade 
 Nasce o dia na cidade – que me encanta
 Na minha velha Lisboa – de outra vida 
É com um nó de saudade – na garganta
 Escuto um fado que se entoa – à despedida.

 Foi nas tabernas de Alfama – em hora triste 
 Que nasceu esta canção – o seu lamento 
 Na memória dos que vão – tal como o vento 
 No olhar de quem se ama – e não desiste. 

 Quando brilha a antiga chama – ou sentimento 
 Oiço este mar que ressoa – enquanto canta 
 E da Bica à Madragoa – num momento 
Volta sempre esta ansiedade – da partida 
Nasce o dia na cidade – que me encanta 
Na minha velha Lisboa – de outra vida 
Quem vive só do passado – sem motivo 
Fica preso a um destino – que o invade 
Mas na alma deste fado – sempre vivo 
 Cresce um canto cristalino – sem idade.

 É por isso que imagino – em liberdade 
 Uma gaivota que voa – renascida 
 E já nada me magoa – ou desencantada 
 Nas ruas desta cidade – amanhecida 
Mas com um nó de saudade – na garganta 
 Escuto um fado que se entoa – a despedida 

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